Chico dos Bonecos

[31 de março de 2020]

Por Nara De los Angeles

Com vocês, o famoso Francisco Marques Vírgula Chico dos Bonecos! É famoso porque sabe brincar e ensina, Brasil afora, a fazer isso. Sim, porque tem gente que cresceu e esqueceu como é. O Chico, não. Transforma qualquer objeto em brinquedo. Parafuso, cabaça, funil. O segredo? Imaginação! Ele conversou com a escola e deu várias dicas de brinquedo invisível para esse período em casa!

Brinquedos invisíveis são contos, lendas, fábulas, trava-línguas. A gente escuta, imagina e se diverte! Essa oralidade ajuda muito na hora de brincar. E o Chico é bom em contar histórias! Ele é escritor, poeta, brincante e arte-educador. Um artista!

Nascido em Minas Gerais, carrega duas maletas aonde vai. Dentro delas, põe aquele mundaréu de coisas que parecem sem sentido. Quando abre as maletas e a boca, mostra como fazer delas brinquedos mirabolantes!

Essa história começou quando, aos 14 anos, Chico assistiu a um teatro de bonecos e destampou a fazer os dele.

O bonequeiro ama brincadeiras e brinquedos antigos! Prefere o diabolô, aquele objeto colorido que a gente vê em apresentação de circo. Ele gira, enquanto dança e salta bonito sobre um barbante com uma varinha em cada ponta!

Brincar de conviver

Agora, que estamos mais em casa, é legal descobrir de que brinquedo os filhos mais gostam. Segundo Chico dos Bonecos, esse brinquedo tem nome: convivência. Ele explica que criança gosta de conviver principalmente com mãe e pai.

Chico diz que o ritmo menos agitado do momento convida a brincar. “Lubienska de Lenval ensina que ambiente calmo é a pátria das crianças”, cita. Para despertar o interesse delas, ele sugere espalhar pela sala caixas, barbantes, almofadas, bolas, pregadores de roupa, tampa de panela, livros, lápis de cor, caderno, tesoura, cola.

Quando a criança vir essas coisas, vai passear por elas e, de repente, vai se fixar em uma, afirma Chico. Nessa hora, a tarefa dos pais é estar ao lado do filho. “Devem estar disponíveis, solidários, observando, só respondendo às solicitações da criança, sem resolver para elas as dificuldades que vão encontrar nesse processo de descoberta”, orienta.

Longe das telas

Em casa, tem gente que não desgruda do celular. Mas Chico fala sobre o assunto sem rodeios: “O mal que as telas fazem para as crianças é devastador!”

Vale dizer que a Academia Americana de Pediatria recomenda nada de tela até 2 anos de idade e até uma hora por dia de 2 a 5 anos, “Atualmente, as crianças são expostas às telas a partir dos quatro meses”, lamenta Chico.

Falando no assunto, ele diz que já pode ouvir: “Ah, mas, no mundo de hoje é difícil não usar a tela para entreter a criança”. De acordo com Chico, é mesmo muito difícil, mas ele pontua que a questão não é o nível de dificuldade e, sim, saber o que é bom para a criança. “Se sabemos que direção seguir, o pequeno passo será sempre um avanço.!”