ARTIGO
Fabíola Menezes / Projeto Família Presente
A ansiedade é uma das emoções humanas e tem papel fundamental no comportamento adaptativo para ajudar a lidar com situações de medo e perigo. Ela pode, sim, aparecer na infância.
A aceleração nos dias atuais e o excesso de atividades podem ser
fatores de risco para a ansiedade infantil. Pais nervosos e acelerados podem contribuir para isso.
O excesso de tecnologia faz com que as crianças tenham cada vez menos paciência para esperar e apresentem dificuldade na autorregulação emocional.
A facilidade de acesso a muitas informações, jogos e outros estímulos gera baixa tolerância a frustração e o princípio do prazer imediato passa a comandar a vida.
As consequências são: crianças ansiosas, irritadas, tristes e pais impotentes e pouco funcionais na tarefa parental.
Começa a ser um problema quando afeta a vida social, escolar e familiar da criança, podendo virar doença.
É um dos transtornos mais comuns na infância e, em muitos casos, demora a ser diagnosticado.
Os pais geralmente procuram atendimento quando a ansiedade gera outros problemas que prejudicam a rotina da vida diária. Veja alguns exemplos:
- Dificuldade de atenção
- Baixo rendimento escolar
- Dificuldade no relacionamento social
- Sintomas somáticos como dor de cabeça, taquicardia e falta de ar
- Irritabilidade ou apatia
- Oscilação de humor
- Desmotivação
- Medo
- Alterações no apetite
- Roer unhas e outros comportamentos de repetição que surgem em situações de tensão
Quando a ansiedade desencadeia baixo rendimento escolar, pode ser confundida com déficit de atenção e, nesse ponto, pais e educadores devem estar atentos.
Há crianças com dificuldade atencional secundária a um quadro ansioso e crianças com Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade e também ansiosas por não conseguir um bom desempenho. Sendo assim, ansiedade e TDAH podem coexistir e é importante diagnosticar.
Pais e educadores devem estar atentos aos sinais que a criança dá. Uma das formas de avaliar se é importante buscar ajuda é observar o nível de prejuízo ou sofrimento dessa criança.
Fabíola Menezes é neuropsicóloga e coordenadora do Projeto Família Presente da Casa das Letras
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