Dia do Cinema Nacional / ENTREVISTA
Desde o início da pandemia, as sessões de cinema têm sido em casa. E hoje, no Dia do Cinema Nacional, a Escola Casa das Letras traz uma entrevista com o cineasta Pedro Diniz.
Ele mora na Cidade de Goiás e, quando a gente fala de cinema com o Pedro, um filme passa na cabeça desse roteirista, produtor e diretor, literalmente. É que, ainda menino, brincava de cineminha com irmãos e primos. Mal sabia que a brincadeira se tornaria profissão!
Pedro conta um pouco da história do cinema no Brasil, diz o que é preciso para se tornar diretor da sétima arte e compartilha o link de um filme dele, chamado A Revolução dos Brinquedos, para a gente assistir. Ao final da entrevista, você confere dicas de produções nacionais para o público infantil.
Casa das Letras — Fale um pouco de você e da história do cinema nacional.
Pedro Diniz — Tenho 60 anos, cinco filhos e sou avô de três garotos. Desde 1995, ainda no século passado, comecei a me interessar pela produção de filmes, mas fiz o primeiro só depois de cursar Comunicação Social na Universidade Federal de Goiás.
O cinema surgiu na França, por meio da pesquisa dos irmãos Auguste e Louis Lumière. Eles trabalhavam com fotografia e queriam dar movimento às imagens para criar um produto audiovisual. A dupla fez muitas experiências e conseguiu que uma sequência de fotos desse a ilusão ótica de alguém andando ou correndo, o peixe nadando e o sol se pondo. Pronto! Os Lumière inventaram o cinemascópio! Uma dessas engenhocas atravessou o Atlântico em um navio e veio para o Brasil. Temos notícias de que as primeiras imagens, feitas na Baía da Guanabara, no Rio de Janeiro, foram perdidas com o tempo, já que a película usada é um material perecível, sujeito a deterioração.
O Brasil tem a vocação de acompanhar as tecnologias da Europa. Assim, na primeira metade da década de 1950, o então presidente Getúlio Vargas criou as primeiras leis e agências para incentivar a produção de filmes nacionais. Um dos pioneiros do cinema feito no País foi Humberto Mauro, que produziu documentários sobre o modo de vida do povo do interior do Brasil.
CL — Explique a diferença entre um longa metragem e um curta.
PD — A diferença é, basicamente, o tempo de duração. O longa tem, em média, 120 minutos ou um pouco mais que uma hora e meia. Já o curta tem no máximo 20 minutos. Nele, você precisa contar a história mais rapidamente. No longa, dá tempo de oferecer ao público momentos de deleite, ao exibir cenas bonitas ou destacar a interpretação de um personagem, por exemplo.
CL — Conte como foi que se interessou pelo cinema e ao que se dedica, atualmente.
PD — Quando me interessei por cinema, nem sabia que era esse o nome do que eu já gostava. Era muito pequeno e cortava tirinhas de histórias em quadrinhos e as projetava em uma caixa de sapatos para primos e irmãos. Inventava histórias e eles assistiam às cenas por um buraquinho feito na caixa. A brincadeira virou profissão! Tenho me dedicado, há alguns anos, ao registro de manifestações culturais e populares da região do ouro e dos cristais em Goiás, que vai da antiga capital até Alexânia e Olhos D’Água. Gravo o universo das nossas tradições, composto por festas, quadrilhas, romarias, semana santa.
CL — Fale sobre o filme que produziu para crianças. Como podemos assistir?
PD — Um belo dia, tive vontade de escrever um roteiro e vi que ele só poderia ser realizado por meio de animação, já que é ficcional. Produzi, de forma caseira e em parceria com amigos e filhos, A Revolução dos Brinquedos, que vocês podem ver no meu canal no youtube: https://www.youtube.com/watch?v=CaEtOzWYkpQ
CL — O que é preciso para se tornar um diretor de cinema?
PD — Muitos dizem que você precisa ter talento, mas esse talento pode ser desenvolvido por meio de exercícios, como escrever histórias, já pensando no que fazer para que sejam vistas e ouvidas. Dá para usar o celular para gravar histórias! Também é legal trabalhar a ideia do vestuário dos personagens e do cenário. Para se tornar diretor de cinema, desenvolva a criatividade e, sobretudo, não tenha medo de errar!
CL — Dê algumas dicas de produções nacionais para o público infantil ou para assistir com a família em casa.
PD — Minha sugestão é o filme O Menino e o Mundo, de Alê Abreu. Além de bem feito, tem uma história muito bonita! Também aconselho assistir aos filmes do Mazzaropi com a família para diversão.
Assista a uma entrevista com o cineasta Pedro Diniz, feita pela TV UFG: https://youtu.be/ooY7gHfm-3k
Instagram do entrevistado: https://www.instagram.com/fcmc.festivaldecinema/
Deixar um comentário