PROJETO FAMÍLIA PRESENTE
Fabíola Menezes
Todos nós sabemos da importância da figura primária de amor que é a mãe. Isso nos leva a perguntar: esse amor é inato e instintivo?
Muitos entendem que sim e cobram das mulheres esse papel como condição de realização e felicidade. Na minha opinião, entendo que a maternidade é uma escolha. Acredito que esse amor é construído no cuidado diário, no convívio e no fortalecimento do vínculo.
Maternar exige coragem. É muito mais do que um romance! Ser mãe é uma confusão de sentimentos contraditórios de insegurança e realização. Ao mesmo tempo que limita o próprio espaço, expande a percepção.
É um amor que cobra cuidados diários. Significa ser suficientemente boa e necessária. É ter o termômetro interno para ensinar sem prender. É confiar na firmeza da forma como conduz e trabalhar no sentido de que o filho esteja apto para caminhar sozinho.
É ter consciência de que, muitas e muitas vezes, o coração vai ficar apertado e com vontade de superproteger aquele serzinho de todos os riscos. Mas o maior desafio é prepará-lo para enfrentar esses desafios!
Maternar é oscilar o tempo todo no universo do que pode e do que não pode, do que é ou não perigoso, questionando se está certa ou errada. É cuidar sem sufocar. É ser laço e não nó.
Maternidade não é uma ciência exata. Não tem manual. Maternar é um verbo que deve ser personalizado. É uma experiência individual.
Quem escolhe ser mãe precisa ter sensibilidade para não comparar e entender que seu filho é único. Maternar é sentir! Sentir um amor que não tem explicação!
Fabíola Menezes é neuropsicóloga e coordenadora do Projeto Família Presente da Casa das Letras
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