Palestra promovida ontem pela Escola Casa das Letras orientou para a difícil tarefa de educar em um mundo instantâneo, consumista e com valores invertidos
30 de agosto de 2017
Educar é promover transformação e os pais também são agentes nesse processo. Mas educar filhos em um contexto de mundo cujo ritmo mudou para instantâneo, onde enfatiza-se o consumismo e a estética, mas abandona-se a solidariedade para dar lugar à indiferença, à competição e ao egoísmo não é tarefa fácil. O que se vê nas famílias pós-modernas, muitas vezes, são pais ocupados e filhos ansiosos e insatisfeitos.
A observação é da psicóloga e mestre em Educação, Janete Carrer, que ministrou, na noite de ontem, a palestra Competências Socioemocionais X Educação dos Filhos em Tempos de Mudança. Pais e professores prestigiaram o evento, atentos ao tema. Participativos, levantaram questões e tiraram dúvidas ao longo da abordagem do assunto, prontamente respondidas pela palestrante.
Janete Carrer ressaltou a importância dos momentos em família por serem “extremamente significativos” para a construção de um ambiente de amor, diálogo, valores, limites, direitos e deveres, aspectos importantes para a organização emocional. Uma das orientações da profissional foi a de que pais, avós, tios ou o adulto responsável pela criança não tenha medo de ensinar. Ela explica que esse medo geralmente se deve ao fato de achar que os pequenos de hoje sabem muito. “Sabem muito de videogame, mas não da vida, das relações familiares, da estruturação da personalidade”, disse.
A psicóloga destacou que crianças e adolescentes precisam de referência, apoio, proteção e orientação para aprender a conhecer e a respeitar os outros e a se respeitar, para cumprir leis, desenvolver o pensamento crítico, a autonomia e a criatividade, além de aceitar regras e tolerar frustrações. “Lidar com frustração é um aprendizado de que os filhos precisam. Ela nos ajuda a organizar a vida”, frisou.
Sobre as competências socioemocionais, Janete destacou que são necessárias para formar seres mais críticos e atuantes, que tomem decisões pautadas na ética, que assumam a cidadania, tenham autocontrole, abertura e desenvolvam a cultura da paz. A palestrante orientou como os pais podem ajudar a desenvolver essas competências. Uma forma de fazer isso é permitir que a criança aprenda, gradativamente, a tomar conta de si, a executar tarefas com autoconfiança, saber que pode errar e descobrir o modo adequado de vencer as dificuldades naturais da vida.
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