[14 de abril de 2021]

ARTIGO

Fabíola Menezes / Projeto Família Presente

“É bom recordar que o brincar é, por si mesmo, uma terapia.” (D.W. Winnicott)

Estudando o universo infantil, percebemos como a frase acima é verdadeira!

A brincadeira estimula o desenvolvimento das competências socioemocionais, principalmente o conviver. Ele favorece o contato com o mundo da experiência, simulando a vida adulta.

O brincar não é só uma distração. É nele que a criança aprende, organiza as emoções e desenvolve a autonomia.

O lúdico é importante tanto na escola quanto na rotina de casa. Nos jogos, a criança compreende o mundo, aprende limites e desenvolve habilidades físicas.

A brincadeira pode ser uma facilitadora do processo de aprendizagem e da fixação de conhecimentos, pois a criança tende a repetir as experiências.

É uma forma de desenvolver a linguagem e adquirir habilidades importantes para a vida, como liderança, competição e cooperação.

O brincar auxilia no desenvolvimento das funções mentais superiores como atenção, memória, função executiva e linguagem.

Atualmente, por causa do acesso cada vez mais precoce aos eletrônicos, observamos uma diminuição do repertório lúdico e o prazer fica muito focado no mundo digital, prejudicando etapas importantes do desenvolvimento infantil. O estímulo para brincar serve como proteção para o excesso de estimulação inadequada e exagerada dos eletrônicos.

Muitas vezes, a sobrecarga de atividades na família impede as brincadeiras livres. Mas é importante que os pais estabeleçam rotinas para as crianças, incluindo o momento do brincar como antigamente: correr, pular amarelinha, jogar bola e usar o faz de conta.

Privar a criança de brincar pode trazer resultados negativos no desenvolvimento da interação dela com o mundo.

A escola conhece e entende a importância da brincadeira e direciona atividades para favorecer as aquisições pedagógicas e o desenvolvimento da capacidade cognitiva da criança.

A família pode promover horários para a brincar em conjunto, utilizando quebra-cabeças, jogos de tabuleiro, jogo da memória, dominó e outros brinquedos, de acordo com a idade dos filhos, fortalecendo o laço social e familiar.

Veja algumas sugestões de atividades lúdicas por faixa etária, lembrando que a criança precisa da supervisão e do apoio do adulto:

Crianças de 2 a 4 anos:

  • Argila, tinta e massinha para modelar
  • Fantasias
  • Triciclo com pedais ou uma pequena bicicleta
  • Barracas
  • Quebra-cabeça com peças grandes
  • Bonecos com roupas para vestir
  • Instrumentos musicais como pandeiros, pianinhos, tambores
  • Brinquedos de faz de conta
  • Lousa

Crianças de 5 a 6 anos:

  • Futebol
  • Bicicleta, patins, patinete
  • Esconde-esconde
  • Pular corda
  • Jogo de adivinha
  • Jogo da memória

Crianças de 7 a 9 anos:

  • Jogos de cartas e tabuleiro
  • Revistas de passatempo
  • Quebra-cabeças mais difíceis
  • Troca de cartas e álbum de figurinhas
  • Atividades esportivas
  • Caça ao tesouro
  • Detetive

Crianças a partir de 10 anos:

O interesse por brinquedos nessa fase é um grande desafio, atualmente, pois as crianças gostam mesmo é do celular e do videogame. Elas têm ídolos que são youtubers e aprendem de tudo através dessa plataforma.

Ainda conseguimos resgatar crianças a partir dessa idade para a brincadeira, quando as juntamos em grupos e atividades sociais.

Algumas ideias para essa fase:

  • Esportes
  • Música
  • Desafios mentais

Fabíola Menezes é neuropsicóloga e coordenadora do Projeto Família Presente da Casa das Letras